O Ser Humano passou de TER perguntas para FAZER a fazer todas as perguntas.
Depois, assumiu procurar respostas para as perguntas que colocava. Das respostas gerou dúvidas, das dúvidas criou outras perguntas.
De nómada a produtor. De produtor à criação de riqueza para um mínimo deles assentes numa superioridade corporativa.
A tecnologia trouxe novas dimensões e dinâmicas de convivência entre sociedades locais que ultrapassaram as suas fronteiras históricas.
O Ser Humano incorporou o sentido de Humanidade. Alargou horizontes.
Ir mais longe, mais alto, mais profundo e eficientemente no que apelidou de evolução e conquistas. Conquistas sobre outras comunidades apelidadas de tribais e pouco evoluídas.
Entretanto, as máquinas e as sucessivas transformações tecnológicas, criaram eficácia e rentabilidade dos processos produtivos. Geramos trabalho para uma mínima redistribuição de ganhos e maximização de fluxos de capitais.
A Humanidade passou a saber onde se encontra o Conhecimento, catalogado e devidamente condicionado na sua demonstração. O Ser Humano sabe onde está a informação em forma de anúncio e rascunho. Deixou de verificar fontes porque não consome dados. São os fluxos de dados que reorientam as pessoas. Para a Humanidade importa saber que determinada situação existe e que está acessível a alguém. Esse alguém que trate de interpretar as variantes das verdades construídas por bases não identificáveis.
A mestria da Ilusão. A preguiça da mordomia com que a chegada da expansão da Inteligência Artificial, vulgarizou o sedentarismo dos bípedes entregues à entrada de uma nova e sofisticada caverna das ideias difusas. Sócrates e Platão tinham razão há mais de dois milénios.
Somos absolutamente o produto de uma coisa híbrida inserida no circuito de um círculo gerador de humanóides, seres de carne ainda sem as protecções exteriores ou interiores de um esqueleto mecânico, mas que já se nos orienta como cobaias de uma outra forma de vida.
Neste entretenimento, um entretanto temporal, o Homem se tornou numa espécie capaz de prever e decidir a sua extinção num processo de destruição dos mecanismos dos equilíbrios do planeta Terra. Somos a espécie invasora e predadora que poderia perfeitamente simular a chegada de seres habitantes de outras paragens estrelares.
A ficção literária e cinematográfica já nos apresentou todos os cenários. Basta que a vida, real e terrena, consiga copiar a ficção.
Vamos morrer todos. Todos. Todos.