O Adérito esteve na casa da sua mais que tudo Clotilde a fumar umas ganzas, potentes, daquelas mesmo de fazer revirar os olhos e ver os unicórnios a dar umas berlaitadas nas sereias.
Terminado o serão, lá se despediu, sem que antes tivesse vestido o que despiu e retornou a casa.
Truca Truca, beijo beijo, coise coise, e veio de elevador até à garagem.... Uiiii como ele estava feliz e na cloud das nuvens.
Ao longe começou a carregar no botão do comando da sua viatura. Tac Tac, onde raio se meteu o carro, Tac Tac, lá está ele.
Entrou no carro e susto de morte.
Ouviu.
- oh Artolas tu tens a certeza que vais conduzir nesse estado?
- eiiii quem está aí?
- quem está aí?? Olha como está o menino!?
O Adérito baixa o vidro. Abre a porta e põe-se a fazer o rastreio visual de quem procura alguma coisa sem que saiba o que procura.
- aparece lá o coiso!!!
- oh Antunes, achas que podes conduzir?
- eu não sou Antunes, sou Adérito, e o que é que tu tens a ver com isso?
Neste entretanto repara que em cima do carro está um pombo a olhar para ele.
- uiii que o menino já não sabe o nome que tem. Como tu estás...
- eu não estou nada e não tens nada a ver com isso. Sai daí antes que te atropele.
- quando achas que é possível a tua consciência ser representada pela voz e presença de um pombo, deixo à tua consideração a interpretação do nível de lucidez com que vais chegar a casa.
Neste entretanto, confuso e tentando reavivar o nível de sobriedade, um carro acende as luzes e faz sinal de ignição. Com o motor a trabalhar, sai de dentro a Gertrudes, esposa do Antunes.
- então Antunes, então, sim senhora, mais uma noite de sexo, álcool e drogas e acabas a falar com um pombo. Tu não tens emenda.
- ora bolas, lá está ela outra vez a sair do sarcófago
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