quarta-feira, 23 de novembro de 2022

5 - uma espécie de obsolescência

O ser humano conseguiu neste século, acelerar e transformar o seu comodismo (pessoal, social e de espécie) numa obsolescência assumida.
Neste entretanto, brinca com assuntos importantes para disfarçar a incomodidade do peso da consciência que atravessa a cúpula dos decisores governamentais e das oligarquias que se confundem com os fundos planetários especialistas em gerar especulações financeiras e de capitais transnacionais. Acha importante fazer de conta que se preocupa com assuntos decisivos, universais e beneméritos. O impacto das consequências da industrialização nos ténues e precários equilíbrios da natureza é um dos maiores paradoxos. Produzir riqueza com o custo da destruição do planeta. Declarar as intenções de paz em cima da investigação e produção de equipamentos sofisticados de guerra. Cadenciar a produção de medicamentos universais para contribuir com a erradicação de doenças e vulnerabilidades das populações. Doenças com possibilidade de serem erradicadas são impugnadas pelas acções de sabotagem na atribuição de investimentos que podem desenvolver capacidades médicas de sucesso, mas de enorme desvantagem financeira de retorno dos lucros multimilionários que alimentam fundos sediados em paraísos fiscais. 
Somos a população de 8 biliões de pessoas, de onde uma ínfima parte delas pode decidir consumir em desequilíbrio, num sistema de crédito futuro e geracional, recursos não passíveis de serem repostos a tempo de evitar um longo e metafórico inverno no planeta Terra, ao invés de suster ou estancar com travão as medidas que estão cientificamente identificadas com poder de desenvolver impactos mundiais não reversíveis. 
A solução é alunar ou aterrar em Marte. 
É possível acelerar o processo de discussão filosófica de temas tão críticos para a humanidade como o ser humano da era da industrialização e da robotização poder decidir a velocidade com que vai ser extinguido.
Falta a obsolescência.
Alguém inventou que a substituição de bens e equipamentos deve acontecer através de uma moda estética suportada pela força do marketing. O tempo médio da vida de um equipamento é gerado não pelo seu racional rentável mas pelo anúncio das suas evoluções que induzem a novas necessidades.
Caminhamos alegremente atrás de uma flauta...

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